Dos Espíritos: origem e natureza dos Espíritos

         Primeiro momento: prece inicial.

         Segundo momento: dinâmicas.
         1 - Levar um frasco de perfume. Comparar: o vidro é o corpo material, o perfume é o perispírito e o cheiro, a essência, é o Espírito.
        2 - Levar um abacate. Comparar: a casca é o corpo físico, a polpa é o corpo fluídico (períspirito) e a semente é o Espírito. A semente é o Espírito porque quando ela deixa aquele abacate, pode voltar para a Terra e nascer um outro abacate a partir daquela semente.

         Terceiro momento: mostrar um bonequinho de papel e explicar a ligação do Espírito com o corpo. O Espírito precisa do corpo para reencarnar e poder evoluir. Quando o corpo físico dorme, o Espírito se desprende dele e trabalha, passeia, anda pelo Mundo Espiritual.
         Temos que cuidar do corpo que nos foi emprestado, cuidar da alimentação, higiene, exercícios físicos. Cuidamos do Espírito quando temos bons pensamentos, bons sentimentos e boas atitudes.
        Cada perispírito adquire a forma do corpo da sua última encarnação para ser reconhecido por seus familiares e seus amigos no Mundo Espiritual, os Espíritos mais evoluídos podem escolher a forma que desejam se apresentar (com as características que mais lhe agradam).
         Cada planeta tem um fluido universal diferente, por isso o corpo, o Espírito e o perispírito adquirem formas diferentes em diferentes mundos.

         Quarto momento: confeccionar bonecos, representando o corpo, o perispírito e o Espírito.
         Corpo - imprimir os bonequinhos na cartolina ou algum papel mais duro, dar um bonequinho para cada evangelizando pintar. Depois de pronto, dobrar ao meio, cortar deixando bastante borda, colar as laterais, deixando a parte de baixo aberta.
         Veja alguns modelos.

         Quinto momento: momento do Evangelho (leitura de um trecho pequeno, uma linha ou parágrafo de O Evangelho segundo o Espiritismo) e prece de encerramento.

         Subsídios ao evangelizador: O Livro dos Espíritos, questões 76 a 83 e 88 a 95.
         Breve estudo sobre o períspirito.

Cleto Brutes
         Para entender a existência da vida na dimensão física e espiritual, a relação com o mundo espiritual através do intercâmbio mediúnico, a reencarnação e a desencarnação, é necessário perceber o ser humano de forma integral. E nesse aspecto um componente se mostra fundamental: o estudo do perispírito.
         Allan Kardec1 observa que o homem é um ser complexo, formado de três partes essenciais: 1º - O corpo ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º - A alma, Espírito encarnado que tem no corpo a sua habitação; 3º - O princípio intermediário, ou perispírito, substância semimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e liga a alma ao corpo. Tais, num fruto, o gérmen, o perisperma e a casca.
         Mais tarde, o codificador2 escreveu que o perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos mais importantes produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco de inteligência ou alma. É semimaterial, isto é, pertence à matéria pela sua origem e à espiritualidade pela sua natureza etérea.
         O Ministro Clarêncio, Espírito3, informa que (...) o nosso corpo de matéria rarefeita está íntimamente regido por sete centros de força, que se conjugam nas ramificações dos plexos e que, vibrando em sintonia uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem, para nosso uso, um veículo de células elétricas, que podemos definir como sendo um campo electromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado.
         Sendo agente da alma, o perispírito não deixa de ser matéria, ainda que de natureza etérea. Desse modo, apresenta certa densidade, que se relaciona com o grau de evolução do ser. A natureza etérea do perispírito permite ao Espírito, se presentes as necessárias condições mentais, atravessar qualquer barreira física (penetrabilidade). Durante o sono físico, poderá expandir-se, permitindo os processos de emancipação da alma, permanecendo ligado ao corpo por um cordão fluídico (expansibilidade).
         Por sua natureza fluídica, é capaz de absorver (absorvente) fluidos do ambiente em que se encontre, inclusive aqueles por ele mesmo qualificados pela sua condição mental. Em alguns casos e sob o império de certas circunstâncias, o perispírito pode tornar-se visível (tangibilidade). A tangibilidade pode se tornar real, ou seja, se pode tocar, apalpar e sentir a mesma resistência e o mesmo calor que parte de um corpo vivo.
         Em virtude de sua natureza etérea, o Espírito não pode atuar sobre a matéria grosseira, sem intermediário, sem o elemento que o liga à matéria. Da mesma forma, quando revestido do corpo material, os estímulos do mundo físico, captados através dos órgãos dos sentidos corpóreos, só chegam ao Espírito através da dupla polaridade do perispírito. O perispírito é o transmissor e receptor das sensações do ser. O Espírito quer, o perispírito transmite e o corpo executa.
         O perispírito é apenas um agente de transmissão. Sem a alma, princípio inteligente, o perispírito, assim como o corpo material, é uma matéria inerte, privada de vida e de sensações. As sensações, as percepções, a inteligência, o pensamento, não são atributos do perispírito, mas sim do Espírito.
         O perispírito é o organizador e aglutinador da matéria do plano físico. Na reencarnação, um laço fluídico envolve o óvulo fecundado, passando, sob o comando da mente, a estruturar a nova vida. Sendo o perispírito o responsável pelo genótipo, ou parte externa do corpo somático, tudo indica que as impressões digitais jamais se extraviam enquanto o Espírito necessitar reencarnar na Terra.
         O perispírito desempenha papel essencial em todos os processos mediúnicos. É a chave para se entender os fenômenos espíritas, pois é por meio do perispírito que os Espíritos agem sobre a matéria inerte e produzem as diferentes manifestações, que podem ser de efeitos físicos (barulho, pancadas) ou intelectuais (transmissão do pensamento, visão e audição). Através do perispírito que o pensamento é irradiado (veículo do pensamento). Nos desencarnados a percepção se dá através do perispírito não mais limitado pelos órgãos do corpo físico. É o órgão sensitivo do Espírito.
         O perispírito é organismo que personaliza, individualiza e identifica o Espírito. Perispírito e Espírito são inseparáveis e indestrutíveis companheiros na trajetória evolutiva. Assim como o corpo físico, o perispírito é o reflexo das construções do Espírito durante sua jornada evolutiva. Qualquer pensamento ou sentimento, por mais secreto que seja, repercutirá no perispírito (plasticidade). Por essa razão, com a evolução espiritual, o envoltório fluídico do Espírito se renova e se ilumina. A intensidade da irradiação (luminosidade) está na razão direta da pureza do ser.
         Por isso, na dimensão espiritual, o desencarnado nada poderá ocultar. Sua veste nupcial (perispírito) denunciará o seu estado íntimo. Além disso, o peso específico, determinará o lugar para onde será atraído ou conduzido.
         Reformar pensamentos, sublimar sentimentos, lapidando as imperfeições são necessidades impostergáveis, para nos garantir um futuro melhor nesta e, principalmente, na outra dimensão da vida.

         1KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 89. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. questão 135a.
         2KARDEC, Allan. A Gênese. 37. ed. Rio de Janeiro:FEB, 1996. cap. XIV. itens 7-12.
         3XAVIER, Chico. Entre a Terra e o Céu. Pelo Espírito André Luiz. 21. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. cap. 20.




[Segundo Ciclo]