Levi e os humildes

         Um novo dia iniciava em Cafarnaum e pessoas de vários lugares enchiam as ruas para ouvir as palavras consoladoras do Mestre Jesus.
         O povo, com frequência, pedia ajuda aos discípulos.
         Certo dia Levi, o coletor de impostos, enquanto descansava em sua confortável residência, foi procurado por algumas pessoas, muito ansiosas, alguns doentes, aleijados, outros pobres e que desejavam explicações sobre o Evangelho do Reino.
         Levi, achando aquilo meio estranho, foi logo falando:
         - Afinal, o novo Reino chamará todos os corações sinceros e de boa vontade que desejem seguir como filhos de Deus, mas o que vocês poderão fazer? Vejam a situação em que se encontram.
         E dizendo isso se dirigiu a três deles, falando com muita convicção:
         Olha só vocês, aleijados, pobres e doentes. Como poderiam ser uteis a Deus com todos os teus problemas e tristezas?
         E aqueles três homens se entreolharam, baixaram suas cabeças, entristecidos e humilhados, retirando-se da casa de Levi.
         Passados alguns instantes, Jesus, em companhia de André, chega até a casa de Levi e os três iniciam uma animada conversa.
         Levi, o coletor de impostos, a certa altura da conversa, sorrindo ingenuamente relatou o fato ocorrido há pouco e ainda acrescentando:
         - De que forma seriam úteis, para o Evangelho do Reino, esses aleijados e mendigos?
         Jesus, fixando o olhar no discípulo e batendo-lhe levemente no ombro, lhe falou com muita bondade:
         - No entanto Levi, precisamos amar e aceitar a preciosa contribuição dos vencidos do mundo!... Se o Evangelho é a Boa Nova (a boa notícia) como não será útil para eles, tristes e deserdados na imensa família humana? Os vencedores da Terra não precisam de boas notícias. As criaturas, quando estão assim, tristes, abandonadas, se sentindo derrotadas, ouvem muito mais alto a voz de Deus.
         Levi sentindo-se comovido, e um tanto envergonhado argumentou, dizendo que ele tinha pressa em espalhar o Evangelho e achava que deveria falar aos dirigentes, aos governantes, aos grandes e poderosos, para que esses falassem aos outros mais tarde, porém o Mestre lhe responde:
         - Quem governa o mundo é Deus! ... É necessário prestarmos atenção na alma branda e humilde dos vencidos. Para esses corações Deus guarda bênçãos de infinita bondade. Levi, devemos amar intensamente os desafortunados do mundo. Suas almas são a terra fecundada pelo adubo das lágrimas...
         Levi entendeu que para a construção do Reino de Deus não é necessário ser rico, e sim ser humilde, pobre de espírito como Jesus nos ensinou.

         Reflexão: essa passagem nos faz pensar sobre a fé e a coragem de deixar as nossas vidas nas mãos de Jesus, pois sabemos que Ele sabe o que é melhor para nós. Quando Pedro teve medo, ele não conseguiu. Mas quando temos fé, coragem, conseguimos ir de encontro a Jesus.

         Vivência: em uma mesa com dois pés de latas, pedir para os evangelizandos subirem e andarem sobre a mesa de encontro a Jesus. (deverá ter um boneco Jesus ao final da mesa). No solo, ao lado da mesa, um evangelizando anda “normal” até Jesus.
         Depois que todos participarem da vivência, perguntar se tiveram dificuldades quanto estavam por cima, no alto, com orgulho, comparado ao colega que andava no solo, ao lado da mesa. Explicar que, quando somos orgulhosos, o caminho para chegar a Jesus é mais difícil, mas quando somos simples, caminhando “por baixo” é mais rápido de chegar a Jesus.

         Obs.: essa vivência deverá ser feita com um evangelizando de cada vez e os evangelizadores deverão estar atentos a criança que está na mesa.

         Referência: Boa Nova (Humbeto de Campos) - Evangelho

         Sugestão enviada pelo Jardim


         [Vivências]