Sou orgulhoso?

 Sendo o orgulho um sentimento ligado à imaturidade espiritual, a sociedade atual ainda está repleta de indivíduos cuja vivência orgulhosa e egoísta ainda é a tônica de seus comportamentos.

            O orgulho e o egoísmo, segundo a espiritualidade superior, são as duas piores chagas da humanidade. Todos os males que experienciamos em nossa vida decorrem de nosso comportamento inconsequente e imprevidente.

            Normalmente as pessoas não se acham orgulhosas. Creem que somente é orgulhoso aquele que demonstra ostensivamente essas características. Grande parte das vezes o orgulho está escondido em pequenas atitudes diárias que passam desapercebidas; posturas errôneas assumidas para agradar aos outros; os melindres que sentimos quando somos contrariados; os preconceitos; as ações e pensamentos que influenciam no processo evolutivo do espírito.

            O orgulho é a origem de todos esses procedimentos, pois o homem, ao invés de se mostrar como verdadeiramente é, com qualidades e defeitos, mas procurando melhorar a cada dia, apresenta-se à sociedade com máscaras, aparentando situações e aptidões que não possui.

            O orgulho, em algumas situações, pode ser benéfico como, por exemplo, quando a pessoa se sente feliz ao ver o filho tornar-se uma pessoa de bem; quando supera dificuldades na escola ou nos esportes; quando consegue conquistar algo que almejava; quando cresce profissionalmente ou quando elimina características negativas que possuía.

            Desejar evoluir é parte das Leis Divinas do Progresso. E alegrar-se quando se evolui material e espiritualmente não é algo reprovável. É necessário, porém, que cada um saiba que as vitórias dependem do seu próprio esforço, mas também dependem do auxílio de outras pessoas, da espiritualidade e do próprio consentimento de Deus. Ao atingir uma meta, é importante valorizar todas as partes envolvidas e sentir-se grato pelo objetivo alcançado. O orgulhoso, ao contrário, atribui a responsabilidade da vitória somente para si, não importando se ele tenha de passar por cima de pessoas e sentimentos alheios.

            A punição para o orgulhoso são as quedas material e moral, com a queda das máscaras, desvelando o seu verdadeiro eu. Muitas vezes, é necessário o aprendizado da dor para que a lição seja assimilada.

            A superação do orgulho inicia pela própria conscientização da atitude equivocada. A vontade de vencer e o trabalho interno com persistência são os passos seguintes. O processo de espiritualização do indivíduo, bem como a assistência da espiritualidade, através da prece, são fundamentais nessa caminhada.

            A felicidade só será atingida quando a humanidade superar suas mazelas morais. Certamente não a encontramos nas questões materiais, mas sim nas vitórias das lutas internas que travamos conosco mesmos.